
Não é incomum na gestão condominial, nos depararmos com síndico que possui uma postura mais política, administrando os condomínios como se fosse uma extensão de sua casa, seja na busca na facilidade em seu mandato, afinal muitas vezes por não se aprofunda em assuntos polêmicos, como por exemplo, regras internas ao pé da letra, investimentos ou alterações de cotas condominiais o mesmo nunca se indispõe com a maioria.
Síndico amigão
Há o caso do síndico amigão, que evita qualquer tipo de decisão que possa gerar desconforto com os demais, infelizmente o mercado possui uma imagem errada de que a boa gestão esteja atrelada a atuar de forma discreta, e minimizando gastos.
Pois bem, gostaríamos de alertar que as funções administrativa, gestão dos contratos, terceiros, equipe própria e demais responsabilidade do síndico não devem ser realizadas de forma negligente, um bom exemplo são manutenções, gestão das reformas, e outros temas de sua função condominial que são adiadas ou não realizadas em prol de da busca da discrição.
Negligência em prol da política
Já nos deparamos com gestores que se orgulham, e até mesmo usam como bandeira para reeleição, o fato do condomínio possuir um fundo de reserva enorme, infelizmente isto do ponto de vista da gestão, representa que as cotas estão sendo cobradas em valores superiores ao necessárias ou negligência com as manutenções e demais responsabilidades do condomínio.
Exemplificando já prestamos assessoramento e nos deparamos com situação onde havia um enorme saldo em caixa, mas as garantias do edifício haviam sido comprometidas, pela falta de implementação de um plano de manutenção, como preconizava o manual do empreendimento. Representando uma desvalorização da ordem de 15% do valor do empreendimento, valor este 4 vezes maior que o dinheiro guardado.
De modo a não alterar valores de cotas condominiais, uma prática errada é a de manter valores por anos, até o momento onde as contas ficam comprometidas, manutenções atrasadas e muitas vezes havendo necessidade de rateios, ações estas que contribuem com a desvalorização do patrimônio e fúria dos moradores, frente a gestão.
Síndico técnico
Seja qual for o tipo de gestão que o gestor condominial assuma, é responsabilidade do mesmo zelar pelas áreas comuns do edifício, isto representa, realizar as manutenções preventivas do empreendimento, onde a melhor forma é por meio de um plano de manutenção em conformidade com a ABNT NBR 5674, desta forma os custos tendem a diminuir pois as ações passam a ser geridos de forma planejada e com tempo para cotações e contratação do melhor profissional e sai da situação, de contratação de emergência, onde na maioria das vezes o preço é o único requisito de diferenciação. Não confunda manutenção do condomínio com simples limpeza, o tema é muito abrangente que isto, e você poderá se aprofundar em nosso outro artigo sobre o tema.
Outro ponto, onde a gestão política pode gerar problemas, é no caso das reformas das unidades, onde o síndico adota que em tendo ART está tudo certo, e na verdade o correto seria uma análise detalhada dos planos de reforma solicitados, e se necessário solicitar ajustes. Aqui deixamos uma recomendação, onde no caso de falta de conhecimento o síndico pode se valer de uma assessoramento técnico e desta maneira além de atuar de forma a garantir a segurança do edifício, remete as exigências a um terceiro e ter suas decisões baseados em parâmetros técnicos.
Conclusão
Reforçamos que a gestão com embasamento técnico, onde as decisões são de forma a garantir a segurança e valorização do patrimônio dos terceiros, não representa uma gestão com conflitos e muito pelo contrário, as decisões passam a ser com embasamento, ainda com a vantagem que no final com a valorização dos imóveis e diminuição das vacâncias, com certeza o gestor será reconhecido e sua gestão terá maior facilidade de renovação ou até mesmo profissionalização.