A fachada com certeza é um dos problemas que mais assustam os gestores de edifícios, a mesma demanda atenção, vistorias visuais constantes de modo a evitar problemas como por exemplo as “famosas” quedas de pastilha. Neste exemplo uma a um vão descolando da estrutura do imóvel, oferecendo sérios riscos à segurança dos pedestres e moradores, que circulam pelas dependências externas e internas do condomínio.
Outros dos problemas que o sistema são as fissuras, trincas e bolhas em todo o revestimento, que além de comprometer o apelo arquitetônico do imóvel, interferem na durabilidade da construção, ou então, na própria estrutura da edificação.
Com o caos instaurado a figura do síndico entra em ação, pois o mesmo é pressionado pelas reclamações dos condôminos, onde a primeira ação é contratar reformas, muitas vezes sem dispor de exatos diagnósticos dos danos existentes, fazendo com que a “solução” do problema nasça de palpites e “achismos” gerados pelos próprios moradores.
Mas, como diagnósticos “infalíveis”, apresentados por prestadores que oferecem reformas aparentemente baratas e sem respaldo técnico consistente, não resolvem o real problema dos revestimentos das fachadas, preparamos uma lista com as patologias mais comuns ocorridas em revestimentos de fachadas para que você possa antever esse tipo de situação e deixar a reunião de condomínio mais “light”. Confira!
PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS
O uso de revestimento cerâmico em edifícios residenciais, comerciais e industriais é comum no Brasil, principalmente em cidades litorâneas. Mas, ao optar por este tipo de fachada o engenheiro ou arquiteto devem prever ações que evitem destacamentos, manchamentos ou fissuras, principais patologias desse tipo de acabamento.
Destacamentos das placas cerâmicas
O destacamento das placas cerâmicas é um tipo de patologia mais frequente em revestimentos de cerâmicas, que pode ocorrer nas camadas internas, no emboço ou chapisco de uma edificação. É comum também que numa mesma fachada ocorram tipos diferentes de destacamento do revestimento.
Manchamento das placas
Patologia muito comum pode estar relacionada ao escoamento incorreto da lâmina d’água pela fachada e pela infiltração de água e deposição de sais solúveis na superfície – neste caso chamado de eflorescências. A patologia pode estar relacionada à especificação incorreta ou à degradação dos materiais que compõem o sistema de revestimento.
Fissuras
São menos frequentes, pois muitas vezes ocorrem abaixo das placas cerâmicas, podendo ocasionar o destacamento. Quando aparecem, sinalizam que o sistema não foi corretamente projetado e executado para absorver as movimentações da base (alvenaria/estrutura).
Eflorescências
Eflorescências são depósitos cristalinos de cor branca que surgem na superfície do revestimento, resultantes da migração e posterior evaporação de soluções aquosas salinizadas. Os depósitos acontecem quando os sais solúveis nos componentes das alvenarias, nas argamassas de emboço, de fixação, de rejuntamento ou nas placas cerâmicas são transportados pela água utilizada na construção, na limpeza ou vinda de infiltrações, através dos poros dos componentes de revestimento.
PATOLOGIAS EM REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS
A patologia nos revestimentos argamassados ocorre devido à qualidade dos materiais utilizados na execução, do traço da argamassa de cimento, da espessura do revestimento, da aplicação do revestimento, do tipo de pintura, da umidade e da expansão da argamassa de assentamento.
As origens para a ocorrência desses problemas estão associadas às fases de projeto e execução desse revestimento, ou seja, pela ausência do projeto do revestimento ou pela má concepção e pela não conformidade entre o projetado e o executado.
Bolor
São manchas esverdeadas ou escuras (mofo) que ocorrem junto da desagregação da argamassa. Entre as possíveis causas estão a umidade constante e a falta de exposição ao sol. O reparo é feito por meio da lavagem das manchas com solução de hipoclorito de sódio e eliminação da infiltração da umidade.
Vesículas
Patologia que corresponde ao empolamento da estrutura. As partes internas podem se apresentar brancas, pretas ou vermelho-ferrugem. As possíveis causas são a presença de matéria orgânica, pirita ou material ferruginoso na areia. Também pode ocorrer devido à hidratação tardia da cal. O reparo consiste na substituição do reboco e eliminação dos focos de umidade.
Descolamentos
Há três tipos comuns de deslocamentos em revestimentos argamassados. O primeiro, conhecido como descolamento com empolamento, ocorre além do empolamento, quando as vesículas se descolam do emboço. Devido a isso o reboco apresenta som cavo sob percussão. As possíveis causas são a hidratação tardia da cal e o excesso de umidade. O reparo consiste na substituição do reboco.
O segundo tipo, o descolamento em placas, caracteriza-se pelo descolamento de placas endurecidas e formação de vazios abaixo da camada de revestimento. Entre as prováveis causas estão: argamassa muito rica ou pouca aderência à superfície de base. Quando a casca do descolamento mostra-se quebradiça, uma das possíveis causas é a argamassa magra ou aplicação prematura de tinta impermeável sobre o reboco. O reparo consiste na substituição completa do revestimento.
Além dessas patologias, há também o descolamento com pulverulência, quando o reboco se desagrega com facilidade (esfarinhamento) e apresenta som cavo sob percussão. Excesso de finos nos agregados, traços pobres em aglomerante ou ricos em cal. Como reparo recomenda-se a renovação completa do revestimento.
NÃO SE ESQUEÇA!
A grande incidência de problemas em revestimentos, como eflorescências, bolores, destacamento de pastilhas, fissuras, infiltrações e descolamento de pinturas mostra que para evitar o aparecimento das patologias e aumentar a vida útil dos revestimentos o segmento da construção civil precisa se preocupar cada vez mais com fatores externos à obra.
Outro ponto que já abordamos em outro artigo, mas vale a pena reforçar é sobre
Fonte: texto adaptado do texto base da ConstruLIGA, que autorizou o uso assim como das imagens.