ESTRUTURA EM EDIFÍCIOS, VERIFIQUE CONSTANTEMENTE

estrutura

Os problemas estruturais em edifícios, são uma das principais manifestações patológicas que comprometem a segurança dos ocupantes de um edifício,

Na maioria das vezes, as mesmas não são resolvidas no começo, e nos deparamos em verdadeiras situações de alto risco a segurança dos ocupantes do edifício, mas os problemas não ocorrem do dia para noite, e a negligência nas manutenções, contribuem para que os reparos custem extremamente caros, pois são deixados para serem executados, em grande maioria, quando já está em estado adiantado de comprometimento dos requisitos de desempenho daquele sistema.

Quanto ocorre algum problema em pontes, edifícios vizinhos, é notório que todos sabem que a manutenção é uma das causas, mas quando ocorre nos edifícios que moramos muitas vezes o assunto manutenção é negligenciado.

Portanto exija de seu síndico inspeções para segurança de todos e implementação de planos de manutenção em conformidade com a ABNT NBR 5674.

 

Reparo em estrutura

Não aceitem remendos, e ações estéticas para ocultar os problemas seja em infiltrações e fissuras, pois isto além de colocar todos em risco, irá aumentar o preço do conserto no futuro breve. Um dos maiores erros cometidos por síndicos, é a adoção paliativa dos problemas sem análise de especialistas.

Mas como os reparos devem ser corrigidos, é um fator importante que os condomínios devem se atentar, pois o primeiro passo para corrigir problemas e anomalias em uma estrutura é fazer um diagnóstico das patologias existentes, após com o levantamento por profissional habilitado e o planejamento deve garantir de forma eficaz a segurança na reabilitação do sistema as condições originais de modo a garantir a segurança do edifício.

O primeiro passo é a realização de uma inspeção preliminar para detalhar os recursos a serem utilizados, o que inclui os acessos, o plano de amostragem e ensaios, além da necessidade, ou não, de intervenção emergencial.

Posteriormente devem ser realizadas inspeções visuais para registro das anomalias, complementando a análise com testes para verificar a extensão das regiões que apresentam corrosão das armaduras, sinais de infiltração etc. sendo fundamental também checar as condições quanto a carbonatação, e cobrimento das armaduras.

A partir da inspeção e baseado nas conclusões deverá ser realizado um projeto da intervenção, no qual são definidas e detalhadas todas as técnicas a serem empregadas, assim como as etapas executivas para tratar a estrutura.

 

Fissura, trinca ou rachadura?

A diferença entre as nomenclaturas geralmente causa confusão pois a nomenclatura correta é fissura e trinca, e elas são classificadas conforme o tamanho da sua abertura.

Segundo a norma de impermeabilização (NBR 9575:2003),

  • microfissuras têm abertura inferior a 0,05 mm.
  • fissuras tem aberturas com até 0,5 mm
  • as trincas são maiores de 0,5 mm e menores de 1,0 mm
  • O termo rachadura é uma expressão mais coloquial, e utilizado popularmente para se referir a trincas maiores.

 

Fissura ativa ou passiva

Outra diferença na classificação das fissuras é se elas são ativas ou passivas. As aberturas ativas variam conforme as mudanças de tensões. Um exemplo de fissura ativa é aquela causada pela dilatação e contração térmica. Quando a fissura não varia ao longo do tempo ela é chamada de fissura passiva.

Independentemente do tamanho e do tipo, as fissuras e trincas são indicativos que a estrutura está sob tensão. As normas de desempenho de concreto preveem as aberturas devido à natureza do material, e, portanto, fissuras maiores merecem atenção.

Outro ponto a se atentar diz respeito a inclinação e posição das manifestações, sendo as em 45 graus um sinal preocupante na estrutura, em um nível superior as demais.

 

Causas de problemas em estrutura

Uma estrutura em sua maioria apresenta problemas por razoes semelhantes e conforme estudos, de nossos trabalhos é possível afirmar que os principais motivos são: (não por ordem de importância e sim alfabética)

  1. Ação do tempo e do meio ambiente.
  2. Causas externas e excepcionais.
  3. Erro de projeto
  4. Erros de execução;
  5. Falta de manutenção;
  6. Reações endógenas do próprio concreto.
  7. Uso inadequado;

As rachaduras podem surgir pelos mais diversos motivos, além dos já citados, portanto, ao identificar aberturas nas estruturas procure ajuda profissional imediatamente se você é síndico, não deixe de inspecionar o prédio periodicamente para identificar as rachaduras o quanto antes. E não tente resolver o problema com as próprias mãos, e utilizando técnicas e materiais inadequados com o risco muito grande de agravar ainda mais o problema.

 

Juntas de dilatação em estrutura

A dilatação térmica e consequente contração pela falta dele, é um fenômeno físico, sendo necessário atenção aos efeitos de forma a não comprometer a segurança na construção civil, para controlar estas movimentações os edifícios conforme projeto, possuem juntas de dilatação nas estruturas, as quais necessitam ser analisadas e possuir manutenção periódica.

Em grande percentual dos edifico existentes, a negligência na manutenção ou postergação de correções, tem ocasionado riscos a muitos ocupantes, que não possuem o conhecimento para questionar os riscos, ou em muitos casos, dificultam a vida do síndico, exigindo benfeitorias estéticas ou de menor importância do que a segurança ao prédio, ao invés de correção dos pontos que geram insegurança.

 

Inspeção e manutenção de estrutura

O correto é que a estrutura, faça parte do plano de manutenção dos edifício em conformidade com a ABNT NBR 5674, mas como recomendação mínima é que os edifícios sejam constantemente monitorados, por exemplo uma visita de um zelador ou equipe de manutenção local, em todo edifício e locais de difícil acesso, o qual em identificando, fissuras, trincas, manchas, ferragens expostas, etc., acione um profissional habilitado, para analisar e desenvolver uma solução.

No Rio de Janeiro e no Espírito Santo, leis estaduais preconizam uma autovistoria da edificação predial após cinco anos da conclusão da obra, além de estabelecer outras obrigatoriedades. Depois disso, a periodicidade de novas averiguações deve ser estabelecida em função de características específicas, fato que normalmente ocorre entre cinco e dez anos, a depender dos fatores técnicos e de uso envolvidos.

Nos locais que não existe obrigatoriedade, o bom senso deve prevalecer e a boa pratica da autovistoria é recomendado.

Alvenaria estrutural

Em muitos edifícios, o sistema estrutural é composto pelos próprios blocos e possuem normalização especifica, a qual descrevemos em nosso outro artigo, neste link.

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Sobre Ronaldo Sá Oliveira 247 Artigos
Diretor da RSO ASSESSORIA e PORTAL CONDOMINIO EM ORDEM CEO, especialista em normalização atuando em mais de uma centena de comissões técnicas nos últimos anos, dentre as quais ABNT NBR 14037 – norma de manuais de entrega; ABNT NBR 5674 – norma de gestão da manutenção; ABNT 16280 – norma de reforma (autor do texto base); ABNT NBR 15575 – norma de desempenho, ABNT NBR 16747 de inspeção predial etc. Prestador de assessoramento técnico, laudos, pareceres a condomínios e gestão de reformas. É assessor técnico de grandes entidades do setor imobiliário, construção e projetos, coordenador técnico de diversos manuais técnicos do setor e colunista de diversos canais voltados a construção e gestão de empreendimentos. whatsapp 11 99578-2550 ronaldo@rsoassessoria.com.br