O FATO SE REPETE
Mais uma tragédia ocorre no Brasil, envolvendo edifício residencial, desta vez na Quadra 210, Bloco C da Asa Norte, em Brasília onde uma laje cedeu, atingindo cerca de 23 veículos que estavam estacionados na garagem, mas sem vítimas fatais.
Assim como das outras vezes, sempre que isto ocorre, jornalistas, políticos e diversos sites que não possuem conhecimento dos termos técnicos, tentam apontar a necessidades de criação de novas regras de modo a evitar novos acontecimentos.
Assim foi o caso no estado do Rio de Janeiro, em janeiro de 2012 onde três edifícios ruíram próximo ao Teatro Municipal, causado por reformas em um deles sem o devido acompanhamento técnico, resultando na elaboração da primeira versão da ABNT NBR 16.280 em abril de 2014, a qual fui o responsável pela criação do texto base e atuei diretamente no desenvolvimento e em sua revisão, a qual se criou o calcanhar de Aquiles da norma, com a retirada a obrigatoriedade da análise por profissional habilitado.
NOSSO ALERTA
A qual deixo meu alerta, demanda ser melhor gerida e eliminar a indústria de laudo, que finge ser os responsáveis técnicos pelas intervenções, mas que na verdade nem analisam os impactos e vendem responsabilidades técnicas, única e exclusivamente para que síndicos aprovem as reformas, como papeis que ficam guardados em gavetas.
Também no caso da boate KISS onde já existiam normas sobre o uso adequado de espumas que não propagam fumaça toxicas, e saídas de emergências para locais de eventos, ambos já normalizados e com legislações rígidas, mas que foram negligenciados, ou seja, de nada adiantaria termos leis mais severas, pois também seriam desobedecidas.
Falamos a tempos na necessidade de conscientizar os moradores e responsáveis legais de condomínio, da necessidade de cuidados constantes, e a implementação de um plano de manutenção e inspeções periódicas as quais poderiam ter evitado mais uma tragédia.
Sobre o caso de Brasília, bato mais uma vez na tecla, de que já possuímos normalização suficiente para no mínimo diminuir drasticamente este tipo de tragédia, o que nos falta é uma lei que as obrigue ser aplicadas na prática.
O QUE FALTA
Leis estas que contribui diretamente no desenvolvimento, em 2015 e 2016, atuando por uma grande entidade de classe, mas que por conta das mazelas de Brasília se encontram nas gavetas do senado e da Câmara dos Deputados, por conta do apagão político que vivemos em decorrência dos problemas dos últimos anos, o qual sugam todos os esforços deixando a população a mercê de suas necessidades reais e pelas quais elegeu seus representantes.
CONCLUSÃO
Para conservar os sistemas construtivos existentes, e até prolongar a sua vida útil, se faz necessário a implementação de uma política que obrigue a implementação de um plano de manutenção em conformidade com a ABNT NBR 5674 e a realização de inspeção predial periódica nos edifícios, a ser realizada por profissionais ou empresas habilitadas, obrigatoriedade de execução da manutenção preventiva e corretiva, de modo a trazer a segurança aos moradores e seus vizinhos, somente desta maneira não serão acometidos de tragédias semelhantes às que constantemente vemos.
A gestão de um condomínio, é mais do que cuidar do jardim ou deixar as áreas comuns bonitas demanda conhecimento técnico, administrativo e jurídico, sem este tripe não há como manter um CONDOMÍNIO EM ORDEM, e caso não possua poderá contar com assessoramento.