Proteção, ninguém desconhece a importância da eletrônica nos dias de hoje. Mas para a nossa segurança a “eletrônica” torna-se ainda mais relevante.
É fundamental para todos os condomínios entender que equipamentos como câmeras, alarmes, sensores de incêndio e interfones são sensíveis aos efeitos de uma descarga atmosféricas, independente do raio cair no próprio condomínio ou próximo a ele. Muitas pessoas pensam em um para-raios como alguma coisa que protege a estrutura do nosso edifício quando um raio cai sobre ele.
Na verdade o antigo para-raios, uma haste no alto do prédio, foi substituído por um conjunto de medidas que protege a estrutura das edificações (SPDA – Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas) e as instalações elétricas (MPS – Medidas de Proteção contra Surtos).
É comum sermos chamados no verão para verificar o que é possível fazer para evitar a “queima” das câmeras ou cancelas. Infelizmente neste caso chegamos atrasados porque os equipamentos já foram danificados e só será possível evitar futuros prejuízos.
Tecnicamente não existe impedimento em proteger qualquer sistema eletroeletrônico contra sobretensões transitórias, como são chamados estes fenômenos associados às descargas atmosféricas. O difícil é superar alguns obstáculos existentes nos condomínios.
A proteção contra surtos tem um custo que deveria ter sido observado na implantação do sistema de câmeras, por exemplo. Instalar a proteção após os equipamentos começarem a queimar cria um mal-estar entre os condôminos que não aceitam um gasto adicional.
Qualquer pessoa que já participou de uma reunião de condomínio sabe que aprovar um investimento de R$1000,00, R$2000,00 ou R$1000,00 é difícil, mas é praticamente impossível aprovar uma verba adicional e enfrentar a inevitável pergunta:
“Por que não foi falado antes que teríamos que gastar este valor para proteger os equipamentos”.
Ao mesmo tempo existe sobre a mesa da administração o orçamento para o conserto dos equipamentos danificados que inevitavelmente deverá ser aprovado. Desta forma os condomínios passam a conviver com as despesas de manutenção de equipamentos que vivem no conserto, sem que sejam adotadas as medidas necessárias para protege-los contra os efeitos das descargas atmosféricas.
Poderíamos avançar com este assunto, mas sabemos o quanto ele é desgastante para as administrações. Por isso vamos apresentar algumas medidas práticas que poderão evitar muita dor de cabeça e desperdício de tempo e dinheiro para quem adota-las:
- Equipamentos eletrônicos se danificam pelas descargas atmosféricas. Comprometa o fornecedor dos equipamentos com a sua proteção. Proteger contra os raios é possível e a queima não é inevitável;
- Quando os equipamentos são comprados o custo de manutenção é seu, no caso de comodato é de seu fornecedor. Verifique qual a melhor alternativa;
- Muitos fornecedores evitarão falar sobre a queima de seus equipamentos por raios porque evitam envolver-se neste problema e o conserto dos equipamentos queimados também é uma fonte de receita. Exija do seu fornecedor as medidas necessárias para evitar que os equipamentos instalados se danifiquem pelas descargas atmosféricas que caiam em seu condomínio ou próximo a ele.
Para evitar especulações desnecessárias, existe uma norma técnica brasileira, chamada ABNT NBR 5419-2015, Proteção contra descargas atmosféricas – Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura, que apresenta o que deve e o que não deve ser feito neste caso.
Qualquer profissional habilitado que conheça esta norma poderá lhe ajudar com este assunto.