MONITORE A IMPERMEABILIZAÇÃO E EVITE GASTOS DESNECESSÁRIOS

É o conjunto de operações e técnicas construtivas, cuja finalidade é proteger as construções contra a ação deletéria de fluidos ou vapores e da umidade em áreas molhadas.

A impermeabilização tem uma importante função em garantir que não haja infiltrações que possam danificar a estrutura, e, por esta razão, deixamos claro, aos condomínios, acostumados a instalação de gambiarras, telhas sob a laje, de modo a evitar as manchas nos veículos, que a principal razão da impermeabilização, neste caso, está sendo ignorada e a cada dia que passa, o custo para solução do problema será maior, assim como a intervenção necessária.

Outro problema recorrente na impermeabilização é o plantio de vegetações, as quais as raízes tendem a danificar o sistema, pois pela busca de água e nutrientes, algumas vegetações rompem o sistema, e consequentemente a estanqueidade é comprometida. Conforme descrevemos em nosso outro artigo PRINCIPAIS PLANTAS QUE DEVEM SER EVITADAS NO PAISAGISMO, por esta razão, recomendamos a revisão de toda a vegetação já plantada e havendo necessidade de troca, procure assessoria de especialista em jardinagem e arquitetura, para que seu sistema de impermeabilização não seja danificado. Se possível, utilize grandes vasos enterrados, evitando desta maneira o acesso de raízes as áreas estruturais da edificação.

A impermeabilização é um componente essencial de proteção da estrutura do edifício e, por esta razão, havendo problemas em impermeabilizações, o reparo deverá ser feito o mais rápido possível.

As áreas molháveis não são estanques e, portanto, a critério da construtora, a mesma pode não ser impermeabilizada.

Toda edificação possui uma série de pontos que atuam para garantir a estanqueidade, o qual apesar de possuir uma longa vida útil, pode, por uso indevido, ser danificado, causando enormes gastos para readequação do sistema. Por exemplo, as juntas de dilatação, as quais são suscetíveis a componentes químicos agressivos e uso de lava jatos de alta potência, onde o mesmo usado pela equipe de limpeza poderá comprometer o sistema, portanto, cabe a instrução.

O uso de produtos químicos e lava jatos de alta potência também danificam os rejuntes, caixas de passagens, pisos, paredes e, consequentemente, o desempenho da estanqueidade.

Elencamos outros cuidados que poderão contribuir com a vida útil do sistema e diminuir os problemas de seu condomínio:

  • Limpar os pisos dos subsolos no modo lavagem a seco. Somente em casos imprescindíveis a lavagem com água poderá ser realizada e desde que, imediatamente após sua execução, seja realizada a secagem com uso de rodos e com descarte da água nos extravasores;
  • Não alterar o paisagismo com plantas que possuam raízes agressivas, que podem danificar a impermeabilização ou obstruir os drenos de escoamentos;
  • Nas jardineiras deverá ser mantido o nível de terra em, no mínimo, 10 cm abaixo da borda, para evitar infiltrações;
  • Não permitir a fixação de antenas, postes de iluminação ou outros equipamentos, por meio de fixação com buchas, parafusos, pregos ou chumbadores sobre lajes impermeabilizadas. É recomendado o uso de base de concreto sobre a camada de proteção da impermeabilização, sem a necessidade de remoção ou causa de danos. Para qualquer tipo de instalação de equipamento sobre superfície impermeabilizada, o serviço deverá ser realizado por meio de empresa especializada em impermeabilização, com o devido registro das obras, conforme descrito na ABNT NBR 5674;
  • Manter ralos, grelhas e extravasores nas áreas descobertas sempre limpos;
  • Lavar os reservatórios somente com produtos químicos adequados e recomendados, conforme o tipo de impermeabilização adotada;
  • Manter o reservatório vazio somente o tempo necessário para sua limpeza;
  • Não utilizar máquinas de alta pressão, produtos que contenham ácidos ou ferramentas como espátula, escova de aço ou qualquer tipo de material pontiagudo. É recomendável que a lavagem seja feita por empresa especializada com o devido registro do serviço, conforme a ABNT NBR 5674;
  • Tomar os devidos cuidados com o uso de ferramentas, como picaretas e enxadões, nos serviços de plantio e manutenção dos jardins, a fim de evitar danos à camada de proteção mecânica existente;
  • Não introduzir objetos de qualquer espécie nas juntas de dilatação.

Quando houver necessidade de reparo neste, como em qualquer outro sistema, o correto é a contratação de uma empresa habilitada e que possua um responsável técnico pelo serviço, o qual deverá promover as soluções com projetos e sistemas normatizados. Nos últimos tempos é notória a aparição de soluções mirabolantes, com produtos que não possuem normatização e, portanto, sem amparo técnico para o uso, como, por exemplo, mantas líquidas, produtos que impermeabilizam por baixo da estrutura, componentes a base de acrílico e etc., nossa recomendação, fuja das gambiarras.

Exija orçamentos, com descrição da solução a ser adotada e descrição da responsabilidade antes da contratação. Jamais aceite solução de sintomas de um problema, sem eliminar a causa. O profissional deverá apontar os problemas reais da edificação. Na aplicação de uma nova camada de impermeabilização, a camada antiga deve ser retirada e reforçamos que, as aplicações de produtos impermeabilizantes devem seguir as Normas Técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

A manta asfáltica não é recomendada para caixas d’água, pois contamina a água e sua potabilidade, o recomendado é sistema a base de resina acrílica com cimento especial. O sistema empregado nos reservatórios não deve alterar a potabilidade da água, devendo atender aos parâmetros da portaria do Ministério da Saúde Nº 2914/2011 e norma ABNT NBR 12170. Devido a suas excelentes propriedades mecânicas do poliuretano, este sistema tem sido largamente usado em reservatórios de concreto para contato com água potável.

Em lugares expostos às intempéries como chuva, sol, etc., o sistema deve ter proteção mecânica na manta asfáltica de impermeabilização.

 

PRINCIPAIS NORMAS TÉCNICAS A SEREM ATENDIDAS EM QUALQUER INTERVENÇÃO NO SISTEMA

  • ABNT NBR 16072 – Argamassa impermeável;
  • ABNT NBR 8521 – Emulsões asfálticas com fibras de amianto para impermeabilização – Especificação;
  • ABNT NBR 9227 – Véu de fibras de vidro para impermeabilização – Especificação;
  • ABNT NBR 9228 – Feltros asfálticos para impermeabilização – Especificação;
  • ABNT NBR 9229 – Mantas de butil para impermeabilização – Especificação;
  • ABNT NBR 9396 – Membrana elastomérica de policloropreno e polietileno clorossulfonado em solução para impermeabilização;
  • ABNT NBR 9575 – Impermeabilização – seleção e projeto;
  • ABNT NBR 9685 – Emulsão asfáltica para impermeabilização;
  • ABNT NBR 9686 – Solução e emulsão asfálticas empregadas como material de imprimação na impermeabilização;
  • ABNT NBR 9690 – Impermeabilização – mantas de cloreto de polivilina (PVC);
  • ABNT NBR 9952 – Manta asfáltica para impermeabilização;
  • ABNT NBR 11797 – Mantas de etileno-propileno-dieno-monômero (EPDM) para impermeabilização – Especificação;
  • ABNT NBR 11905 – Argamassa polimérica industrializada para impermeabilização;
  • ABNT NBR 12170 – Materiais de impermeabilização – Determinação da potabilidade da água após o contato;
  • ABNT NBR 13321 – Membrana acrílica para impermeabilização;
  • ABNT NBR 13724 – Membrana asfáltica para impermeabilização com estrutura aplicada a quente;
  • NBR 15487 – Membrana de poliuretano para impermeabilização;
  • NBR 15885 – Membrana de polímero acrílico com ou sem cimento, para impermeabilização;
  • ABNT NBR 15352 – Mantas termoplásticas de polietileno de alta densidade (PEAD) e de polietileno linear (PEBDL) para impermeabilização;
  • ABNT NBR 15375 – Bocal de etileno-propileno-dieno monômero (EPDM) para impermeabilização de descida de águas;
  • ABNT NBR 15460 – Membrana elastomérica de isobutileno isopreno em solução para impermeabilização.
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Sobre Ronaldo Sá Oliveira 247 Artigos
Diretor da RSO ASSESSORIA e PORTAL CONDOMINIO EM ORDEM CEO, especialista em normalização atuando em mais de uma centena de comissões técnicas nos últimos anos, dentre as quais ABNT NBR 14037 – norma de manuais de entrega; ABNT NBR 5674 – norma de gestão da manutenção; ABNT 16280 – norma de reforma (autor do texto base); ABNT NBR 15575 – norma de desempenho, ABNT NBR 16747 de inspeção predial etc. Prestador de assessoramento técnico, laudos, pareceres a condomínios e gestão de reformas. É assessor técnico de grandes entidades do setor imobiliário, construção e projetos, coordenador técnico de diversos manuais técnicos do setor e colunista de diversos canais voltados a construção e gestão de empreendimentos. whatsapp 11 99578-2550 ronaldo@rsoassessoria.com.br

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